segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A Busca pela Relíquia

Cena 4: O Bilhete

      Em Sojor Sólon percebeu que a população de lá também está descontente com a Eklísia, pois seus comentários e sussurros aumentavam quando algum soldado se aproximava, e calavam quando chegava perto. "Algo está se formando nesta parte do país", especula Sólon em seus pensamentos. "A maioria dos soldados desta região está lutando no leste do continente contra os orcs e seus exércitos, então estamos à mercê destes canalhas!", conclui. "A melhor opção seria alguém avisar às tropas do perigo que estamos correndo aqui, mas não posso confiar em ninguém. Um passo em falso e serei enforcado em praça pública!".
      Depois de pagar sua refeição e seguir pela rua principal, Sólon suspeita que esteja sendo seguido. Percebe alguns vultos se esgueirando pelas esquinas e becos, e aperta o passo em direção à pousada. Chegando lá, aluga um quarto no segundo andar e deixa instruções com o recepcionista para não ser incomodado. Algumas horas depois, já relaxado e pronto para dormir, recebe um bilhete por baixo da porta num papel bem dobrado com a seguinte mensagem: "Sabemos quem você é e precisamos da sua ajuda. Encontre-nos à beira da floresta em uma hora. Apenas siga a lanterna".
      Sólon abriu a porta do quarto e caminhou pelo corredor a fim de encontrar o mensageiro, mas ele já havia sumido. Ao reler a mensagem desconfiou a princípio, pois não conhece ninguém nesta cidade nem tampouco passou por aqui nos últimos anos. Contudo, devido aos acontecimentos de ontem e de hoje, "talvez não seja uma armadilha afinal", avalia. "Se os guardas quisessem me prender, não mandariam bilhetes pra isso!", conclui com um leve sorriso. Sólon então se veste, organiza seus pertences, arma-se e vai ao ponto de encontro descrito no bilhete. As horas já estavam avançadas quando ele chega ao local, e vê uma luz sôfrega por entre as árvores, mas não a segue; em vez disso exclama em voz alta:
      -- Não vou entrar nessa floresta enquanto não souber o que está acontecendo!
     -- Não se preocupe, filho de Píscius -- adverte o portador da lanterna. Se o quiséssemos morto, nunca saberia o que o teria atingido.
      Sólon sentiu um leve arrepio na espinha ao ouvir o nome do seu pai, e reconheceu a verdade nas palavras daquele estranho. Mesmo que já tenha sido "desmascarado" por esse misterioso anfitrião, Sólon não vê alternativa a não ser segui-lo e procurar entender o porquê de ter sido escolhido para essa "conversa". "O bilhete dizia que precisam da minha ajuda, então vamos ver no que eu posso ser útil", refletiu. Então embainha a sua espada, respira fundo e dirigi-se à fraca luminosidade por entre as árvores.
Sólon segue o estranho

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